sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Contexto e confessionalidade na leitura bíblica

O teólogo luterano brasileiro Vitor Westhelle definiu contexto e confessionalidade como as questões fundamentais no atual contexto teológico dessa família confessional. O professor da Lutheran School of Theology, de Chicago, assessorou a I Consulta sobre Interpretação Bíblica, promovida pela Federação Luterana Mundial (FLM), nesta cidade. 

O evento integra uma proposta do Departamento para Teologia e Estudos da FLM, tendo em vista os 500 anos da Reforma Protestante, a serem celebrados em 2017. A série de consultas foi lançada com o objetivo comum de promover a construção da comunhão  de abordagens na interpretação bíblica.

Indagado sobre sua contribuição no evento, Westhelle disse que sua tarefa específica na conferência foi elaborar uma “definição do significado de ‘contexto’” com vistas à forma de “interpretar os textos bíblicos na situação atual e olhando para Lutero, e como ele interpretou a Bíblia em seu contexto”, informou em entrevista concedida ao correspondente Fredrick Nzwili.

Para Westhelle, o desafio em face do mundo atual é enfrentar a questão de quanto se deve confiar sem se desviar de Lutero ao interpretar o texto ou se as circunstâncias  do momento fazem com que se leia Lutero segundo o espírito do contexto, mas não necessariamente de acordo com a letra.

“O grande desafio agora no mundo luterano é a preocupação com essas questões de definição”, disse. “Agora há a migração em massa para o Sul. As questões que estão surgindo, em particular no Sul do globo, trazem questões que nunca foram levantadas pela reflexão teológica luterana, já que a teologia luterana tem se concentrado principalmente na Europa”, analisou.

Sobre as expectativas, o teólogo brasileiro disse esperar, ao menos, “uma consciência mais geral, e noto que este tem sido um dos resultados das conversas que tive”. As “questões contextuais do Sul do globo se tornaram mais intrigantes para o pensamento luterano dominante, que se desenvolve na Europa”, afirmou.

Fonte: ALC (27.09.2011)

Ano Novo judaico é marcado por tradição e reflexão


Nesta quarta-feira (28), logo que anoitecer, será Ano Novo para 13,4 milhões de pessoas no mundo. É o  ano 5.772 no  calendário dos judeus. A data é  chamada de Rosh Hashaná. A celebração não é a festa popular que os países do Ocidente costumam ver no último dia de dezembro. O Ano Novo judaico é comemorado nas sinagogas e nas casas das famílias.
O vice presidente executivo da Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo), Ricardo Berkiensztat, considera que a data é um momento de alegria e também  de reflexão. "Analisamos o ano que passou para avaliar como melhorar o que está  começando", explica.
Para os judeus, também esse período marca o tempo em que  Deus define o futuro das pessoas para o próximo ano. Na tradição milenar hebraica, nessa época do ano Deus escreve ou não em seu "livro da vida" o nome das pessoas para o próximo do ano. O  Yom Kipur (7 de outubro) é o ápice disso, quando Deus faz o julgamento . 
Os dez dias entre o Rosh Hashaná e o Yom Kipur, chamado de  Dia do Perdão, são conhecidos por Iamim Noraim (dias temíveis). Nesse período, deve-se continuar o balanço dos atos passados, iniciado em Rosh Hashaná, e comprometer-se com o arrependimento. As orações incluem o toque do shofar, feito com chifre de carneiro. Segundo a tradição judaica, o shofar será tocado na chegada do Messias, que trará com ele a paz e a redenção universal.
 
Harmonia
A Fisesp estima que 60 mil judeus vivem no estado de São Paulo. Apesar de alguns movimentos racistas  no Brasil, que perseguem minorias como judeus, negros, gays e nordestinos, Ricardo considera que a comunidade judaica já é totalmente integrada. "Somos um país harmônico e a comunidade judaica colabora com toda a sociedade, seja qual for sua etnia ou religião", afirma. A imigração judaica no Brasil ocorreu principalmente do início do século 19 até a primeira metade do século 20.
 
Estado Palestino é aceito, mas não com pedido na ONU
Na sexta-feira, dia 23, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, fez a requisição formal na ONU (Organização das Nações Unidades) para a criação do estado Palestino. Não há prazo para o Conselho de Segurança da ONU analisar o pedido, que precisa ser aprovado por unanimidade pelos membros permanentes (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido). Os EUA já anunciaram que vão vetar a proposta.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, também é contra a proposta e pediu que os palestinos concordem em negociar a paz na região sem impor condições prévias. Segunda-feira (26), ele fez um convite para uma reunião com Mahmoud Abbas.
Ricardo Berkiensztat se disse a favor da criação do estado Palestino, mas não primeiramente passando por um aval da ONU. "Os palestinos merecem viver dignamente, mas os dois lados têm que negociar, é um jogo de perde-perde, todos devem ceder", comenta.
Avi Gil, diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel entre 2001 e 2002, esteve em São Paulo  no dia 22 e analisou que a "questão crítica é a definição das fronteiras dos dois países" e que um acordo de paz também é difícil porque poderia enfraquecer a "hegemonia iraniana na região". Abbas quer que o Conselho da ONU  aceite a Palestina com as fronteiras de antes de 1967, quando começaram a ocupações israelenses após a Guerra dos Seis Dias.
 
Primeira sinagoga é de Recife
A sinagoga Kahal Zur Israel foi a primeira sinagoga das Américas. Começou a funcionar em Pernambuco durante o período de dominação holandesa (1630 a 1657). A Kahal Zur Israel (em hebraico, Rocha de Israel) fica em Recife.  Sinagoga é o local de culto da religião judaica, sendo desprovido de imagens religiosas ou de peças de altar e tendo como o seu objeto central a Arca da Torá. O serviço religioso da sinagoga é feito todos os dias, sendo alguns envolvendo leituras da Torá, o texto central do judaísmo.
Fonte: CEBI (28.09.2011)

CMI e Globethics.net lançam plataforma de recursos teológicos on-line

Genebra, quarta-feira, 28 de setembro de 2011 (ALC) - O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) lançou, na sexta-feira, 23, em parceria com a Globethics.net projeto de recursos tecnológicos baseados na internet, de acesso a materiais de pesquisa em teologia e disciplinas relacionadas.

A Biblioteca Digital Mundial de Teologia e Ecumenismo (GlobeTheoLib) contém milhares de artigos, documentos e outros recursos acadêmicos que podem ser acessados on-line gratuitamente por participantes inscritos, de qualquer lugar do mundo, através do endereço (www.globethics.net/gtl).

"Chegou a hora de lançar um novo modelo de compartilhamento ecumênico de recursos teológicos a fim de preparar o mundo cristão para o século 21", disse o secretário-geral do CMI, pastor Olav Fykse Tveit.

A GlobeTheoLib destina-se à utilização de novos modelos digitais de intercâmbio de informações para tornar as vozes teológicas e recursos do Sul mais visíveis e acessíveis. Ele procura diminuir as barreiras nacionais, culturais e denominacionais. A biblioteca virtual existe a partir de uma plataforma eletrônica da Globethics.net, sediada em Genebra, que já detém mais de 650 mil documentos de texto completos na chamada Biblioteca Digital Mundial de Ética.

O professor Christoph Stückelberger, fundador e diretor executivo da Globethics.net, disse que a GlobeTheoLib representa uma tentativa de reestabelecer o equilíbrio global na troca de conhecimentos.

A GlobeTheoLib fornece acesso a revistas, livros, materiais de treinamento, teses e dissertações sobre teologia e ecumenismo. Ela também dá aos participantes inscritos a oportunidade de apresentar seus próprios documentos e publicações.

O projeto é apoiado por um consórcio que inclui associações de bibliotecas de teologia e seminários, organizações missionárias, fundações, organismos ecumênicos regionais e comunhões cristãs. O projeto foi coelaborado e planejado pelo programa do CMI para Educação Teológica Ecumênica (ETE).

O conteúdo vem de quatro fontes principais: editoras comerciais com quem GlobeTheoLib tem assinaturas para tornar os conteúdos disponíveis aos participantes inscritos; o rápido crescimento dos repositórios de acesso aberto; as instituições parceiras, que tornam seus próprios recursos disponíveis através da GlobeTheoLib e os participantes inscritos, que são capazes de partilhar seus próprios documentos na biblioteca.

A responsabilidade técnica pela biblioteca fica a cargo da Pointsoftware, de Zurique, Suíça, uma das empresas especializadas em bibliotecas on-line e gerenciamento de dados.

O CMI reúne 349 igrejas protestantes, ortodoxas, anglicanas e outras, que representam mais de 560 milhões de cristãos em mais de 110 países e trabalha em cooperação com a Igreja Católica Romana.

A Globethics.net é uma rede global que promove o intercâmbio de conhecimentos e investigação sobre ética e valores entre especialistas, instituições e indivíduos, e cujo secretariado internacional tem sede em Genebra.

Fonte: ALC (28.09.2011)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Maior templo católico do país será inaugurado em dezembro

Será inaugurado em dezembro o Santuário Theotokos (Mãe de Deus, em grego), com capacidade para 100 mil pessoas, cinco mil vagas de estacionamento. O maior templo católico da América Latina está sendo construído pelo padre Marcelo Rossi. Até o final do ano, apenas 60% da obra estarão concluídas. 

O santuário terá, quando concluído, 6 mil metros quadrados de área construída, localizado em Interlagos, São Paulo, num terreno de 25 mil metros quadrados. O projeto prevê uma cripta sob o altar, onde o padre Marcelo pretende ser sepultado ao morrer. O templo terá uma cruz de 42 metros de altura e um palco de 20 metros de extensão, por cinco de altura.

Todo recurso que consegue angariar padre Marcelo canaliza-o para a construção do templo. “Ágape”, título do livro que escreveu quando estava em cadeira de rodas depois de pisar em falso ao correr 9 Km por hora em esteira da sua casa, vendeu 6 milhões de exemplares.

Ele acaba de lançar 430 mil cópias de CD contemplativo, com 30 músicas, com as quais pretende “atingir os católicos a toa”, declarou  à Morris Kachani, da Folha de S. Paulo.

Em entrevista ao repórter, padre Marcelo disse que se dava bem com a Opus Dei, mas não muito com seguidores da Teologia da Libertação. “Ficam no debate teórico sobre ricos e pobres. É uma teologia que, com todo o respeito, é pobre. Tem o lado social,  é importante. Mas nossa missão principal é pregar o evangelho e eles se perdem nesse ponto”, definiu.

Fonte: ALC (29.09.2011)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Livros evangélicos tendem a mostrar uma supermulher


Quinta-feira, 22 de setembro de 2011 (ALC) - A literatura evangélica dirigida a mulheres tende a orientá-las para que sejam boas esposas, boas mães e boas donas de casa, confirmando um papel entendido como natural e a elas conferido por ordem divina. 


“Essa maneira de conceber o feminino tem sido um dos grandes problemas para a superação da dominação de gênero. A carga de culpa das mulheres por não corresponderem àquilo que é considerado ‘coisa de mulher’ é enorme”, declarou em entrevista para o Instituto Humanitas a professora Sandra Duarte de Souza, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, da Universidade Metodista de São Paulo.

A mulher ideal descrita por esse tipo de literatura é concebida, na maioria das vezes, “como uma mulher domesticada de acordo com o padrão patriarcal da cultura”, definiu a pesquisadora. Essa mulher idealizada está no mercado de trabalho, tem que administrar tarefas domésticas, cuidar dos filhos, do marido.

Mas uma mulher comum não dá conta disso tudo, assinala a professora da Metodista. “Não é a toa que, na atualidade, o índice de mulheres com depressão que se acham fracassadas é enorme”, afirmou.

Apesar das muitas conquistas das mulheres em vários campos da vida, a identidade delas continua sendo afirmada a partir do casamento, da maternidade e de todas as representações que envolvem essa condição. “O acúmulo de atribuições inviabiliza uma vida saudável”, disse Sandra Duarte.

Boa parte dos livros evangélicos direcionados a mulheres “desculpam os homens por serem do ‘jeito que são’”, frisou. Sandra entende que, por não conseguirem conciliar toda a carga simbólica que carregam, as mulheres estão em crise, que as faz buscar respostas no campo religioso.

“Quando falamos de religião estamos falando de sistemas simbólicos. As representações do feminino e do masculino são construções socioculturais, portanto, são aprendidas. Por força do processo dialético de produção da sociedade, os sujeitos sociais passam a acreditar que essas representações são naturais”, explicou.

A religião pode, pois, contribuir para a naturalização dessas representações quando as afirma como sagradas, mas também pode funcionar como desconstrutora de relações de dominação de gênero, assinalou.

Fonte: ALC (22.09.2011).

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Deputados aprovam criação da Comissão Nacional da Verdade


Os deputados aprovaram, em votação simbólica, na noite desta quarta-feira (21) o Projeto de Lei 7673/10, do Executivo, que cria a Comissão Nacional da Verdade. A matéria segue para a análise dos senadores. Caso não haja modificações, ela será devolvida ao Planalto para a sanção da presidente.

O texto do relatório do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) não fez alterações do original vindo do Executivo, no entanto, foram aceitos três destaques de autoria de deputados da oposição, respectivamente PPS, DEM e PSDB.
A base governista e a oposição quase aceitaram uma das sete propostas do PSOL, que tinham o apoio da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), mas eles recuaram ao perceber que o destaque desvincularia o levantamento da comissão da lei da anistia –o que, na prática, poderia resultar em punição dos envolvidos nos crimes durante o período da ditadura.
A ideia da comissão é esclarecer os casos de violação de direitos humanos ocorridos entre 1946 e 1988. O trabalho será feito durante dois anos por sete membros nomeados pela Presidência da República. Enviada pelo Executivo em maio, a proposta já passou pelas comissões de Direitos Humanos e Minorias e a de Relações Exteriores e Defesa Nacional.
Cada um dos sete integrantes da comissão, vinculada à Casa Civil, terá salário mensal de R$ 11.179,36 e direito a passagens e diárias em caso de viagens ligadas ao trabalho do grupo.

Na avaliação do líder do PSOL, o deputado federal Chico Alencar (RJ), a proposta de criação da comissão é "moderada e insuficiente, e ainda assim tem gente que passado 30, 40 anos ainda está assustadíssima com a possibilidade de levantar as ações no período da ditadura". "Ninguém vai torturar os torturadores", completa.

Para Cândido Vaccarezza (PT-SP) é importante esclarecer que a função da comissão é esclarecer os fatos do período e não punir os "violadores dos direitos humanos".

Destaques

A proposta do PPS que pede que o material elaborado seja enviado ao arquivo nacional foi aprovada. O destaque do Democratas --também aprovado-- versa sobre o perfil dos integrantes da comissão. Para o partido, excluem-se as pessoas com cargos executivos em agremiação partidária, com exceção daqueles de natureza honorária; aqueles não tenham condições de atuar com imparcialidade no exercício das competências da comissão e aquelas pessoas que estejam no exercício de cargo em comissão ou função de confiança em quaisquer esferas do poder público.

Questionado sobre quem vai definir quem é imparcial, ACM Neto (DEM-BA) afirmou que acredita na capacidade da presidente de ser criteriosa pelo fato de ser uma determinação legal e o governo sempre ter tratado do tema como um assunto suprapartidário.

O terceiro destaque, do PSDB, também aceito, abre espaço para as pessoas irem à comissão, mesmo que não tenham sido chamadas, para prestar depoimento.
A deputada Luiza Erundina propôs sete destaques --apoiada pelo PSOL--, que não foram aceitos, entre os principais pontos estavam o período avaliado pela comissão, que ela acha muito longo e sugere que se investigue de 1964 e 1988; o tempo de duração dos trabalhos da comissão, que é de dois anos, a deputada acha que devia ser ampliado para até quatro anos; o número de membros insuficiente, ela sugere dos atuais sete para 15.

Para a parlamentar, também há a necessidade de se deixar claro que militares não deveriam ser admitidos, nem parentes de vítimas. O financiamento dos trabalhos é outro ponto que preocupa a deputada, ela acredita que o núcleo não deveria ser vinculado à Casa Civil, tinha que ter orçamento próprio para ter maior autonomia. Sem essas alterações, Erundina avalia que a comissão não produzirá nenhum efeito para o Brasil.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Paulo Freire e o silêncio dos opressores



No Museo Bolivariano, em Caracas (Venezuela), há uma sala chamada “Los Imprescindibles”, ou “Os Imprescindíveis”. Entre Che Guevara, Simon Bolívar, Zapata e outros heróis latino-americanos, está um brasileiro: Paulo Freire. Pois esse educador pernambucano que desenvolveu a reflexão sobre uma outra forma de educação, respeitado fora do Brasil como “imprescindível”, autor do clássico “Pedagogia do Oprimido”, completaria 90 anos de nascimento nesta segunda-feira, 19 de setembro. E foi esquecido pela grande mídia nacional.
Paulo Freire foi um dos mais importantes brasileiros. Seu pensamento e suas ações apresentaram uma forma revolucionária de se pensar a Educação, na qual educador e educando cruzam seus papéis, se ensinam mutuamente. A pedagogia de Freire clama por autonomia para todos, pela emancipação social através da emancipação do estudante, pelo crescimento do professor unido ao crescimento do aluno, pela educação como prática de liberdade.
Paulo Freire lutou e construiu uma Educação que incomodava, e seu legado segue incomodando. Sua defesa dos oprimidos nunca agradou aos opressores, os mesmos que seguem oprimindo, e que têm seu discurso reproduzido pela mídia igualmente dominante, igualmente opressora. Essa mesma mídia que, neste 19 de setembro, silenciou sobre o aniversário de nascimento de um personagem do tamanho de Paulo Freire.
Nenhuma palavra sobre a data na Folha de S. Paulo, no Estadão, no O Globo ou no G1. Dos grandes portais, apenas o Terra  falou sobre o assunto. O motivo do silêncio não é difícil de identificar. Por que os opressores dariam espaço a quem defende os oprimidos? O conhecimento sobre a obra de Paulo Freire é uma chave importante para a busca por autonomia, para a luta por democracia real, para o combate a todas as formas de opressão.
Em seus livros e em sua prática política Freire sugere dar voz e liberdade a quem as elites midiáticas trabalham diariamente para silenciar e prender. Os pobres deixam de ser vistos como ignorantes e passam a ser vistos como portadores de outras formas de conhecimento, deixam de ser selvagens aculturados para possuírem uma cultura diferente, deixam de ser objetos para serem sujeitos, deixam de serem caixas onde se depositar “conhecimento” para serem parte ativa de uma troca de experiências e mútuo aprendizado.
A criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, prática diária da mídia dominante, é confrontada diretamente pelo pensamento de Paulo Freire. A resposta dos opressores é fazer do próprio silêncio sobre o autor o silenciar das vozes dos oprimidos. A desinformação como arma.
O aniversário de aniversário de Paulo Freire mostrou quem está de que lado – com os opressores ou assumindo para si as lutas dos oprimidos por autonomia e emancipação. Enquanto a velha mídia ignorou a data, alguns sites e blogs de esquerda publicaram bom conteúdo lembrando o maior educador brasileiro. Alguns bons exemplos são a Revista Fórum , o Brasil de Fato  e o Portal Vermelho .

Os livros de Paulo Freire estão disponíveis para download em: http://www.paulofreire.ce.ufpb.br/paulofreire/principal.jsp.



segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Povo vai às ruas pedir liberdade religiosa

Cerca de 400 mil pessoas de diferentes religiões participaram da 4ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa. A manifestação ocorreu na praia de Copacabana, zona sul da cidade, a partir das 13 horas, sob o lema “Caminhando a gente se entende”.

O ato plurireligioso contou com a participação de fieis das mais diversas religiões presentes na capital fluminense - umbandistas, candomblecistas, muçulmanos, católicos, judeus, protestantes, kardecistas, adeptos do Santo Daime e hare krishnas - vestidos com a indumentária dos cultos e acompanhados por quatro caminhões de som entre os caminhantes.

Algumas religiões estavam representadas por sacerdotes – padres, pastores, diáconos, sheikes, babalorixás, pais e mães de santo e outros sacerdotes e sacerdotisas – além de leigos e leigas atuantes em celebrações e outras atividades. A música “Andá por fé”, do cantor e ex-ministro da cultura, Gilberto Gil, foi entoada diversas vezes.

Além das faixas destacando a presença dos diversos grupos religiosos, algumas traziam frases como “Perfeição não é fazer tudo certo. É haver equilíbrio em tudo!”, “Apenas o exercício da fraternidade nos ajuda a construir um mundo melhor” e “Toda religião é boa. Quem faz diferença, somos nós!” O pastor presbiteriano Marcos Amaral disse que se alguém sofrer discriminação de evangélicos deveria reagir: “Você não é um bom evangélico. Jesus não discriminou”!

O ato religioso começou com a lembrança, orações e cânticos por Baha’is presos no Irã. Uma representante dos servidores do Poder Judiciário insistiu no combate à intolerância que, segundo ela, é filha direta da ignorância. Rodrigo Neves, Secretário de  do Estado do Rio de Janeiro, lembrou o avanço da população insistindo na liberdade, inclusive para os não-religiosos.

A manifestação transcorreu sem acidentes e nem confrontos de qualquer natureza.
Rodrigo Neves, secretário estadual de Direitos Humanos, mostrou-se surpreso com a diversidade de representantes de religiões presentes ao evento. “O Rio tem que ser exemplo de respeito e um lugar em que se encontre uma sociedade mais justa e democrática”, disse ao elogiar a caminhada.



Fonte: ALC (19.09.2011)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dalai Lama sugere à imprensa: vocês devem ter nariz de elefante


Em sua quarta visita ao Brasil, o 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, líder espiritual do Tibete, defendeu, na tarde desta sexta-feira, durante coletiva em São Paulo, a busca por harmonia entre diferentes tradições religiosas. Ele destacou também o papel da imprensa no combate à corrupção nas mais variadas profissões. "Vocês devem ter um nariz tão longo quanto a tromba de um elefante. Vocês precisam farejar tudo", disse ele, que apontou ainda a prática da ética como caminho para reduzir os problemas no mundo.
"Talvez vocês, jornalistas, não estejam necessariamente interessados nessas coisas que eu falei, mas eu trago esse assunto porque vocês têm um papel muito importante a desempenhar na promoção desses valores. Como nós sabemos, muitas vezes, o que a imprensa divulga são fatos negativos, as pessoas se interessam por isso. E tudo bem que vocês cubram isso, mas costumo dizer que vocês têm que ter um nariz tão longo quanto a tromba de um elefante. Vocês precisam farejar tudo, por todos os ângulos. Vocês têm que ter um fato apurado para conhecer o que tem ali por trás. Isso em relação a todo o tipo de pessoa: líderes religiosos, políticos, advogados, porque infelizmente em todas as profissões encontramos corrupção."
Dalai Lama ressaltou que a investigação por parte da imprensa deve ser sempre conduzida de forma completa. Para ele, isso deve ocorrer principalmente no Brasil, "um País que está experimentando um desenvolvimento muito rápido".
O líder espiritual voltou a defender a igualdade entre os seres humanos e a se referir a si mesmo como "mais um". "Meu primeiro compromisso é buscar criar uma consciência sobre essa igualdade entre todos os seres humanos, que compartilham um só país, azul, que é a nossa casa. Então, nós devemos nos considerar como irmãos e ser conscientes de que compartilhamos uma só casa, que devemos cuidar. Estou aqui como ser humano, como um dentro de sete bilhões de seres humanos que existem no mundo."
Questionado sobre como a religiosidade pode ajudar no futuro da humanidade, ele voltou a destacar que as tradições religiosas têm na essência a mesma mensagem e que é preciso respeitar as diferenças. Dalai Lama sugeriu que a oração e a meditação devem ser aplicadas no cotidiano ao invés de serem deixadas "trancadas" no quarto.
"Apesar das diferenças religiosas, de diferentes abordagens, todas as grandes religiões do mundo têm a mesma mensagem: amor, compaixão e o perdão." Ele defende que as diferentes abordagens são necessárias, já que se houvesse uma só religião no mundo, "por mais maravilhosa que fosse, isso não ia funcionar. (...) Para algumas pessoas, a disposição mental delas, o conceito de um criador, de Deus, é um instrumento muito poderoso e eficaz. Porém, para outras pessoas, não há nenhum eco com esse tipo de ideia", afirmou.
"O budismo diz que cada pessoa é um criador, tudo acontece de acordo com os próprios atos daquela pessoa. Aqui, estou falando da lei da causalidade. Para outra pessoa essa atitude vai ser mais eficaz. Além dessas duas abordagens, é importante ter uma terceira via, que não passe pela religião. (As divergências religiosas) são necessárias e têm o mesmo objetivo, que é buscar a paz interior. Essa busca pela paz tem um efeito que pode se estender de uma pessoa, para uma família, para uma comunidade. É importante termos a necessidade de diferentes abordagens, que visam o mesmo fim. Eu tenho muitos amigos que são cristãos, que são judeus, que são muçulmanos", disse.
Na quinta-feira, em palestra exclusiva a empresários brasileiros, Dalai Lama pregou ética e altruísmo à classe. Ele exaltou o Brasil e sugeriu um plano econômico holístico e sustentável. O líder espiritual deve embarcar na noite de sábado para os Estados Unidos. Antes, ainda no Brasil, ele lidera um encontro religioso no Anhembi, em São Paulo. Ainda nesta sexta-feira, a Sua Santidade o 14º Dalai Lama participará de um evento no World Trade Center, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein.
Dalai Lama fala durante coletiva em São Paulo. Foto: Fernando Borges/Terra


Fonte: Portal Terra (16.09.2011) <http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5353769-EI306,00-Dalai+Lama+sugere+a+imprensa+voces+devem+ter+nariz+de+elefante.html>.

Milhem Cortaz diz que superou vício em drogas após encontro com Deus


Milhem Cortaz, 38, fez uma revelação curiosa ao programa "Ponto de Virada", da TV Cultura.
O capitão Fábio de "Tropa de Elite" disse que largou o vício em drogas após um "encontro com Deus".
"Quando cheguei [da Itália, onde morou por quatro anos], nunca mais cheirei", afirmou. "É um troço inexplicável na minha vida. Não fui pra clínica, não passei nada. Parece que eu nunca usei."
O ator, que fez novelas na Record, diz que não é evangélico ou religioso ortodoxo.
Além dele, participam dos próximos programas o cartunista Laerte, o maestro Júlio Medaglia, o radialista Daniel Daibem, a cineasta Tata Amaral, o escritor Marcelo Rubens Paiva, o músico Kiko Zambianchi, o desenhista Maurício de Souza, o ex-pugilista Éder Jofre, o jornalista José Simão, a coreógrafa Deborah Colker, o ex-jogador de futebol Raí e o ator e diretor José Celso Martinez Corrêa.
A entrevista vai ao ar no sábado (17), às 21h45.
Divulgação
Milhem Cortaz
O ator Milhem Cortaz durante entrevista ao "Ponto de Virada", da TV Cultura, na qual disse ter largado drogas


Fonte: Folha.com (16.09.2011) <http://f5.folha.uol.com.br/celebridades/976369-milhem-cortaz-diz-que-superou-vicio-em-drogas-apos-encontro-com-deus.shtml>.

Dieta de produtos naturais e conversar com Deus é receita de longevidade

Maria Lucimar Pereira, da tribo dos Kaxinawá, habitante da Amazônia ocidental na fronteira com o Peru, completou 121 anos no sábado, 3 de setembro. Ela comemorou o aniversário com a família.

A notícia foi transmitida pela organização Survival International. A certidão de nascimento de Maria Lucimar indica que ela nasceu no dia 3 de setembro de 1890.

A indígena centenária alimenta-se apenas de produtos naturais, ingere carne assada de macaco, come peixes, aipim e banana. Sua dieta não contém sal ou açúcar. Ela não usa qualquer produto industrial.

Em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, vive outra mulher centenária, Maria Francisca Rojas, que tem 104 anos de idade, informa a pastora metodista Edilene Dias.

Conversar com Deus é essencial para resolver os problemas e para alcançar muitos anos de vida. “Ajoelhar e falar com Deus é muito importante”, disse Maria Francisca, que está integrada na Igreja Metodista do bairro Jardim Ivone, de Ponta Porã, há 16 anos.

Fonte: ALC (16.09.2011)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Estudo revela atraso de nove meses na rede pública do país


Relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgado ontem, mostra que o Brasil, entre 33 países comparados, apresenta a maior desigualdade entre escolas públicas e particulares --que têm desempenho melhor de seus alunos.
Diferentemente do resultado do Enem, divulgado anteontem, o relatório da OCDE incorpora à avaliação o perfil socioeconômico das famílias dos estudantes.
Escolas que recebem alunos com pais mais ricos e escolarizados têm uma vantagem que independe do esforço do colégio para melhorar o ensino --mais da metade do desempenho é explicada por estas características, segundo estudos.
Sem considerar riqueza e escolarização dos pais, o aluno da rede privada estaria três anos à frente do da escola pública, segundo o Pisa (exame internacional que compara desempenho de alunos).
Quando a comparação é feita considerando o nível socioeconômico, a distância entre os estudantes da rede privada para os do sistema público cai para nove meses, segundo o relatório.
A conta simula como seriam as notas se os alunos tivessem as mesmas características familiares. Para a pesquisadora Paula Louzano, o dado reflete a desigualdade do país e o fato de poucas famílias de elite colocarem o filho em escolas públicas. Além disso, afirma, a cobertura do currículo nas públicas é menor.
Segundo o ministro Fernando Haddad (Educação), esta diferença em favor da rede privada tende a diminuir por causa do aumento do gasto público por aluno.
O relatório da OCDE diz que o Brasil foi o país que mais aumentou (em 116%) o gasto por aluno na rede pública na década passada.

Fonte: Folha.com (14.09.2011) <http://www1.folha.uol.com.br/saber/975027-estudo-revela-atraso-de-nove-meses-na-rede-publica-do-pais.shtml>.

Falso padre engana fiéis e até celebra missa no interior de SP


Ele rezou missa, abençoou fiéis em grupos de oração e até benzeu objetos religiosos comprados por católicos. Não haveria nada incomum nos atos de Fabrício Gomes Morais, 35, em Araraquara (273 km de São Paulo), não fosse um único detalhe: ele não é padre.
Com um mandado de prisão por furto na capital, Morais foi preso no último dia 9, após ter sido padre por cinco dias. A carreira começou na segunda (5), na Livraria Católica São Pio, no centro.
Apresentando-se como membro da comunidade católica Canção Nova, Morais procurou a loja interessado em artigos religiosos. Disse à dona, Sheila Santos Silva, 28, que abriria uma unidade da Canção Nova em Araraquara e fez encomendas de R$ 30 mil --valor que seria pago pela entidade.
Bom de lábia, logo ganhou a confiança de todos. "Ele falava muito de religiosidade, tinha muito carisma."
Na quinta (8), mesmo sem o pagamento, ele disse que rezaria uma missa e saiu da loja levando R$ 1.500 em produtos. No mesmo dia, procurou a Associação Padre Pio, uma ONG que atende moradores de rua. O local tem uma capela para missas. Lá, repetiu a história da Canção Nova.
"Achei maravilhoso, um padre da Canção Nova querendo trabalhar aqui", disse a diretora Magda Leite.


Capela onde falso padre celebrou missa para moradores de rua em Araraquara, no interior de São Paulo
Capela onde falso padre celebrou missa para moradores de rua em Araraquara, no interior de São Paulo



QUEDA DA MÁSCARA
Naquela noite, porém, a farsa começou a cair no momento que seria o ápice da "carreira religiosa" --a missa. Ao conduzir a celebração para cerca de 20 pessoas, quase todos moradores de rua, Morais se enrolou.
Em casa, à noite, a diretora da ONG resolveu pesquisar na internet e encontrou o perfil de Morais no Facebook. A página o apresenta como "romântico" e interessado em mulheres. Magda, então, se convenceu da farsa.
No dia seguinte, enquanto ela tentava alertar a loja de artigos religiosos, o falso padre já estava na igreja matriz, onde foi falar com o pároco.
A farsa montada por Morais ficou mais evidente. "Ele disse que tinha sido ordenado com 16 anos", diz o padre Marcelo Aparecido de Souza.
Ao perceber que estava sendo descoberto, Morais foi à Delegacia Seccional de Araraquara, onde, passando-se por advogado, disse que estava sendo perseguido.
Por causa do mandado de prisão por furto, acabou detido e levado a Jaboticabal. O delegado Geriel Dal Ri, do 2º DP de Araraquara, disse que, além de padre e advogado, Morais também já havia tentado se passar por delegado da Receita Federal.
Anos antes, segundo o secretário da Assistência Social de Araraquara, José Carlos Porsani, o rapaz já havia usado o nome de uma entidade para arrecadar dinheiro.
"Agora ele virou padre. Se deixarem, esse rapaz vai virar papa logo", brincou. Católica, a mãe de Morais, Neusa Gomes Morais, 60, se disse chocada e que não pretende pagar um advogado. A reportagem não conseguiu ouvir o suspeito. Já a assessoria da Canção Nova disse desconhecer o caso.

Fonte: Folha.com (14.09.2011) <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/975004-falso-padre-engana-fieis-e-ate-celebra-missa-no-interior-de-sp.shtml>.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Ateus fazem campanha para mostrar que são vítimas de preconceito


“Somos a encarnação do mal para grande parte da sociedade”, diz presidente da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA).

A campanha era para ser veiculada na parte traseira dos ônibus, mas empresas de São Paulo, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre se recusaram a fazê-lo. A saída foi utilizar outdoors. Pelo menos em Porto Alegre, que desde o começo do mês é a primeira cidade brasileira a exibir uma campanha que defende que ateus são vítimas de preconceito.

Como é o dia a dia de uma família sem fé


Em um país onde a religião tem grande importância, como será a rotina de famílias que não acreditam em Deus?

Número de brasileiros católicos cai abaixo dos 70% pela 1ª vez

Em 1872, quando a religião no Brasil começou a ser mapeada, quase toda a população brasileira se declarava católica (99,72%). De lá pra cá, muito mudou. Segundo o “Novo Mapa das Religiões”, divulgado nesta terça-feira (23) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2009 esse percentual caiu para 68,43%, o que representa cerca de 130 milhões de pessoas.


O grupo de evangélicos, no entanto, apresenta uma aceleração no crescimento do número de adeptos – nos primeiros anos da década passada, a subida foi de 16,2% para 17,9%. Em 2009, o salto alcançou o patamar de 20,23%.


Os brasileiros que se declaram sem religião também estão em maior números: o percentual aumentou entre 2003 e 2009 de 5,13% da população do País para 6,72%.


Ainda de acordo com o estudo da FGV, as mulheres são mais religiosas que os homens. No universo feminino, 5% não possuem religião, contra 8,52% dos homens.


A pesquisa também analisou a religiosidade em diferentes níveis escolares. De acordo com o estudo, a religiosidade é menor nos dois extremos estudados: 7,27% daqueles com até três anos de estudo dizem não ter religião, quase o mesmo percentual (7,46%) dos que têm 12 anos de estudo ou mais.


Como é escolher o Islã em um país sem vista para Meca


Cada vez mais brasileiros se tornam muçulmanos. E adaptam suas necessidades a um cotidiano que não prevê seus costumes.


Cristãos preparam-se para a Copa do Mundo

A mil dias, no sábado, 17, do início da Copa do Mundo no Brasil será lançado no auditório da Escola Americana da Universidade Presbiteriana Mackenzie, nesta capital, o Movimento Joga Limpo Brasil (MJLB), que promoverá ações antes, durante e depois da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

“Nossa expectativa é desenvolver um projeto de impacto, encarando os grandes problemas sociais do Brasil e apresentando os princípios cristãos como principal elemento de transformação humana”, explicou o coordenador de comunicação do Movimento e secretário de Comunicação e Ação Social da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), pastor Erní Seibert.

A escolha do nome reporta-se à expressão inglesa “fair play” (jogo limpo), usado no meio esportivo destacando o respeito entre os competidores e o cumprimento das regras. Recorrendo a essa metáfora, o Movimento quer chamar a atenção para a importância de se praticar princípios bíblicos no dia a dia, contribuindo assim para uma sociedade mais justa.

A iniciativa brasileira espelha-se em experiências recentes e bem-sucedidas realizadas nos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996), de Sydnei (2000), de Atenas (2004) e de Pequim (2008); nas Copas da Alemanha (2006) e da África do Sul (2010); e nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.

Além da SBB, são organizações coordenadoras do Movimento a Coalização Brasileira de Esportes (CBE) e a Associação de Missionários Mantenedores da Evangelização (AMME Evangelizar). Fundada em 1948, a SBB traduz, produz e distribui Bíblias, e desenvolve programas de promoção do desenvolvimento espiritual, ético e social da população.

A CBE é uma rede de ministérios esportivos presente no país, que reúne voluntários, igrejas e outras instituições cristãs comprometidas com o uso do esporte como instrumento de inclusão e transformação social. A AMME foi fundada em 2000 com o propósito de ajudar igrejas brasileiras a exercerem o mandato de evangelizar todo o mundo.

Fonte: ALC (13.09.2011)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Bispa Sônia lança livro em plena crise da Renascer

A líder da Igreja Renascer em Cristo, bispa Sônia Hernandes, 52 anos, lançou no sábado, 10, na Feira do Livro do Rio de Janeiro, “Vivendo de Bem com a Vida”, pela Editora Thomas Nelson.

A primeira edição do livro, com tiragem de 17 mil, já está esgotada. Um segunda edição foi providenciada, de 10 mil cópias. Parte desse volume, contam os repórteres João Loes e Rodrigo Cardoso, da revista IstoÉ, serão destinados aos fiéis da Renascer a um preço acima do mercado.

Bispos e pastores vão anunciar nos cultos: “Quero cinco pagando 300 reais por cada um desses livros até o final do culto”. A estratégia aponta para uma crise na Renascer ancorada em cisões internas, lideranças migrando para outras denominações, templos fechados por falta de pagamento do aluguel e indenizações que deverão ser pagas no futuro, uma delas pela queda do telhado do templo da Renascer do Cambuci, São Paulo, em 18 de janeiro de 2009, que matou nove e feriu 117 pessoas.

O quadro da crise está estampado no número de templos da denominação espalhados pelo país. A Renascer chegou a ter 1.100 templos em 2002, hoje são pouco mais de 300. Em entrevista à revista semanal IstoÉ, Sônia Hernandes explicou que igrejas menores foram agrupadas para formar igrejas maiores, ao mesmo tempo em que a liderança incentivou a formação de grupos em casas de fiéis.

Só em São Paulo, a Renascer enfrenta 40 ações de despejo. “Todas as ações estão em negociação e a igreja tem feito um grande esforço para resolver as questões pendentes. Muitos casos já estão resolvidos, negociados com imobiliárias e proprietários”, explicou a bispa.

Na análise dos repórteres da revista, o episódio da prisão do casal Sônia e Estevam Hernandes, 57 anos, em Miami, quando foram flagrados, em 14 de janeiro de 2007, transportando 54.647 dólares em moeda acomodados numa Bíblia, foi outro baque na credibilidade dos líderes da Renascer. O casal tentou passar pela alfândega sem declarar o valor e ficou preso nos Estados Unidos.

Em São Paulo, o Ministério Público acusou o casal de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estelionato. A Renascer também perdeu, em 2010, o seu maior divulgador, o jogador de futebol Kaká, ele e sua mulher, Caroline Celico, dizimistas da igreja. Kaká é o sexto jogador mais bem pago do mundo, recebendo, segundo estimativas, 21 milhões de dólares por ano. Dez por cento iam para os cofres da Renascer.

Mesmo nessa crise, segundo a reportagem da IstoÉ, a bispa Sônia pouco alterou seus hábitos consumistas. “Com um salário que gira em torno dos 100 mil reais, ela continua com programas televisivos e de rádios diários, veste-se com as mais exclusivas grifes e está sempre adornada com joias e relógios caros. Do apartamento tríplex onde mora, em um bairro nobre na zona centro-sul da capital paulistana, ela sai pela cidade para cumprir suas obrigações de carro importado, blindado e escoltado por dois seguranças. Isso quando não usa um helicóptero avaliado em 2,5 milhões de reais para visitar seus sítios e haras no interior paulista”, relatam os repórteres.

O primogênito do casal, Felippe Daniel Hernandes, o bispo Tid, tomara as rédeas das finanças da Renascer para o saneamento das contas, ação que estava dando resultados. Em agosto de 2009, porém, Tid realizou operação para reparar cirurgia de redução do estômago malsucedida. Ao refazê-la, ele teve parada cardiorrespiratória, e hoje vive em hospital, em estado vegetativo.

“Tenho o privilégio de viver uma vida relativamente equilibrada, apesar dos altos e baixos e da doença do meu filho, e me sinto devedora por isso. Escrevi o livro como forma de agradecer às pessoas que torcem por mim e me dão forças”, afirmou a bispa na entrevista para a IstoÉ.O portal da Igreja Renascer informou que a bispa vendeu mais de 2 mil exemplares do seu livro na Bienal do Rio.

Fonte: ALC (12.09.2011)