sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ano Novo judaico é marcado por tradição e reflexão


Nesta quarta-feira (28), logo que anoitecer, será Ano Novo para 13,4 milhões de pessoas no mundo. É o  ano 5.772 no  calendário dos judeus. A data é  chamada de Rosh Hashaná. A celebração não é a festa popular que os países do Ocidente costumam ver no último dia de dezembro. O Ano Novo judaico é comemorado nas sinagogas e nas casas das famílias.
O vice presidente executivo da Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo), Ricardo Berkiensztat, considera que a data é um momento de alegria e também  de reflexão. "Analisamos o ano que passou para avaliar como melhorar o que está  começando", explica.
Para os judeus, também esse período marca o tempo em que  Deus define o futuro das pessoas para o próximo ano. Na tradição milenar hebraica, nessa época do ano Deus escreve ou não em seu "livro da vida" o nome das pessoas para o próximo do ano. O  Yom Kipur (7 de outubro) é o ápice disso, quando Deus faz o julgamento . 
Os dez dias entre o Rosh Hashaná e o Yom Kipur, chamado de  Dia do Perdão, são conhecidos por Iamim Noraim (dias temíveis). Nesse período, deve-se continuar o balanço dos atos passados, iniciado em Rosh Hashaná, e comprometer-se com o arrependimento. As orações incluem o toque do shofar, feito com chifre de carneiro. Segundo a tradição judaica, o shofar será tocado na chegada do Messias, que trará com ele a paz e a redenção universal.
 
Harmonia
A Fisesp estima que 60 mil judeus vivem no estado de São Paulo. Apesar de alguns movimentos racistas  no Brasil, que perseguem minorias como judeus, negros, gays e nordestinos, Ricardo considera que a comunidade judaica já é totalmente integrada. "Somos um país harmônico e a comunidade judaica colabora com toda a sociedade, seja qual for sua etnia ou religião", afirma. A imigração judaica no Brasil ocorreu principalmente do início do século 19 até a primeira metade do século 20.
 
Estado Palestino é aceito, mas não com pedido na ONU
Na sexta-feira, dia 23, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, fez a requisição formal na ONU (Organização das Nações Unidades) para a criação do estado Palestino. Não há prazo para o Conselho de Segurança da ONU analisar o pedido, que precisa ser aprovado por unanimidade pelos membros permanentes (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido). Os EUA já anunciaram que vão vetar a proposta.
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, também é contra a proposta e pediu que os palestinos concordem em negociar a paz na região sem impor condições prévias. Segunda-feira (26), ele fez um convite para uma reunião com Mahmoud Abbas.
Ricardo Berkiensztat se disse a favor da criação do estado Palestino, mas não primeiramente passando por um aval da ONU. "Os palestinos merecem viver dignamente, mas os dois lados têm que negociar, é um jogo de perde-perde, todos devem ceder", comenta.
Avi Gil, diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel entre 2001 e 2002, esteve em São Paulo  no dia 22 e analisou que a "questão crítica é a definição das fronteiras dos dois países" e que um acordo de paz também é difícil porque poderia enfraquecer a "hegemonia iraniana na região". Abbas quer que o Conselho da ONU  aceite a Palestina com as fronteiras de antes de 1967, quando começaram a ocupações israelenses após a Guerra dos Seis Dias.
 
Primeira sinagoga é de Recife
A sinagoga Kahal Zur Israel foi a primeira sinagoga das Américas. Começou a funcionar em Pernambuco durante o período de dominação holandesa (1630 a 1657). A Kahal Zur Israel (em hebraico, Rocha de Israel) fica em Recife.  Sinagoga é o local de culto da religião judaica, sendo desprovido de imagens religiosas ou de peças de altar e tendo como o seu objeto central a Arca da Torá. O serviço religioso da sinagoga é feito todos os dias, sendo alguns envolvendo leituras da Torá, o texto central do judaísmo.
Fonte: CEBI (28.09.2011)

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