domingo, 1 de abril de 2012

Crucifixos geram polêmica e ação judicial

Acolhendo pedido da Liga Brasileira de Lésbicas e entidade de defesa dos direitos dos homossexuais, o Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou a retirada do crucifixo de todos os prédios do Judiciário gaúcho. A Liga argumenta que o Estado é laico e não pode, portanto, expor símbolos religiosos em seus prédios.

Na Europa, duas britânicas, Nadia Eweida e Shirley Chaplin, ingressaram com queixa no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, sediado em Estrasburgo, para que possam ter o direito de usar a cruz em seus locais de trabalho.

Eweida, 61 anos, funcionária da British Airways, foi suspensa, em 2006, por se recusar a retirar a cruz que portava. A British alegou que o uso de símbolos religiosos violava o código de uniforme da empresa.

Mais tarde a British mudou essa exigência, mas Eweida perdeu decisão em tribunal trabalhista na Corte de Apelações e em 2010 teve recusada a permissão para levar a reclamatória até a Suprema Corte.

Shirley Chaplin, 56 anos, foi proibida pela Royal Devon de trabalhar em enfermarias depois de ter se recusado a esconder a cruz que usava em corrente de pescoço, encerrando, assim 31 anos de profissão.

O governo da Inglaterra entende que os cristãos não têm o direito de usar crucifixo ou cruz abertamente em seus locais de trabalho. Considera que, por não ser um “requisito” da fé cristã, empregadores podem proibir o uso desses símbolos e demitir quem insistir em expô-los.

O ex-arcebispo de Canterbury, Lord Carey, acusou os ministros e os tribunais britânicos de “ditar” normas aos cristãos. Afirmou que esse era mais um exemplo de que o cristianismo estava sendo marginalizado na vida oficial do país.

O líder da Comunhão Anglicana e arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, argumentou que a cruz está sendo despojada do seu significado como parte de uma tendência de “fabricar” religião. “A própria cruz tornou-se uma decoração religiosa”, declarou.

“Eu acredito que, durante a Quaresma, uma das coisas que todos nós temos que enfrentar é olhar para nós mesmos e perguntar até que ponto estamos envolvidos na fábrica de religião”, recomendou.

Fonte: ALC (21.03.2012)

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