domingo, 24 de junho de 2012

Economia verde é uma proposta reducionista, sustenta teólogo



O fortalecimento das experiências comunitárias é fundamental para impulsionar mudanças sobre a justiça climática, afirmou o coordenador da área de Cuidado da Criação e Mudança do Clima do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), o uruguaio Guillermo Kerber, que chefia a delegação do organismo ecumênico na Cúpula dos Povos, reunida no Rio.

Kerber disse que esse fortalecimento de experiências locais tem um papel importante na geração de incidência pública, que pode impulsionar importantes mudanças políticas como as ocorridas nos últimos anos na América Latina.

Afirmou que a proposta da denominada “economia verde” é uma ação “reducionista e mercantilista”, que não soluciona os problemas fundamentais vinculadas ao meio ambiente. O representante do CMI questionou a ideia de desenvolvimento sustentável por considerá-la “um conceito contraditório”.

A teóloga venezuelana Nedi Astudillo afirmou que a defesa do meio ambiente, de uma perspectiva cristã, deve se ampliada para uma dimensão de ecojustiça e ecoespiritualidade.

A ecojustiça, explicou, propõe encarar a natureza como um direito para os habitantes do planeta. Já a dimensão da ecoespiritualdade abarca uma perspectiva ecumênica, entendendo que Deus “está em tudo” e que a natureza criada é criadora ao mesmo tempo. As duas dimensões recolhem saberes das culturas ancestrais, no marco de um diálogo inter-religioso.

A biblista sublinhou que a ultrapassada perspectiva de “mordomia” limitava-se a ver a natureza como recurso e não buscava as raízes da destruição do meio ambiente.

Astudillo e Kerber apresentaram essas concepções em painel realizado na segunda-feira, 18, no Instituto Metodista Benett, no Rio de Janeiro, reunindo jovens de igrejas e organizações da América Latina vinculados à Federação Universal de Movimentos Estudiantis Cristãos da América Latina e do Caribe (Fumec).

Fonte: ALC (21.06.2012)

Nenhum comentário:

Postar um comentário