O país como um todo quer se ver única ou preferencialmente de raiz europeia, afirmou. “Esse é o problema central. Somos uma sociedade pluricultural, diversa e que cria um mito de que viveríamos todos tão harmonicamente que teríamos nos esquecido de nossas raízes”, declarou em entrevista ao Instituto Humanitas (IHU), da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
A visão de que a sociedade brasileira seria monocultural ou de raiz europeia na sua essência é equivocada, apontou a professora que representou o Movimento Negro na Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, de 2002 a 2006. “A nossa sociedade é notadamente de raiz indígena, dos povos originários , e também africana. A metade da população brasileira, segundo mostra o Censo, é formada por pretos e pardos”, apontou.
Para que pessoas convivam de forma respeitosa é preciso que elas se conheçam e saibam da história e da cultura de cada um, defende o Movimento Negro. Mas conhecer a história traz à tona dores e até muita culpa, e isso dificulta aquele movimento, admitiu a professora.
No entanto, disse, “as pessoas não devem se sentir culpadas pelo que seus antepassados fizeram, mas elas têm uma responsabilidade, que é a de corrigir o que foi feito. E, para isso, é preciso conhecer, respeitar, valorizar a história de cada um”, enfatizou.
Fonte: ALC (06.10.2011)
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